EEG - GEOFISICA

Author: Alfredo Corona

Sondagem Elétrica Vertical (SEV)

Sondagem Elétrica Vertical (SEV)

A técnica compreende uma série de determinações de resistividade efetuadas com distância progressiva crescente entre os elétrodos de corrente (A-B) e de potencial (M-N), segundo o dispositivo de quatro elétrodos esquematizado na Figura 1.

A sequência padrão de medidas utilizadas para reconstruir as curvas SEV’s está indicada na Tabela 1.

 

Tabela SEV

O equipamento utilizado

As curvas geoelétricas são medidas com o seguinte equipamento:

  • Um Resistivímetro ABM AL-48, equipado com um energizador interno de 500 W e capaz de prover uma tensão elétrica de até 700 V aos cabos de medida;
  • 2 cabos elétricos multipolares fabricados sob medida para permitir a aquisição de forma semi-automatizada das medidas até o comprimento máximo de AB/2 = 70 m;
  • Vários elétrodos de alumínio para os contatos MN (40 cm de comprimento) e No. 4 elétrodos de alumínio para os contatos AB (60 cm comprimento), usados em grupos de dois, para permitir a passagem da corrente;
  • 4 cabos elétricos unipolares, cada um de 500 m de comprimento para os contatos A-B;
  • 1 bateria de 12 V (fonte de energia), equipamento de comunicação, GPS, cabos de força e conexões, etc.

Aquisição dos dados geoelétricos

Por meio dos elétrodos externos A e B é introduzida no terreno uma corrente contínua fornecida por uma bateria de 12 V conectada com o energizador/elevador de tensão interno do resistivímetro.

Através de dois elétrodos centrais (M e N) é medida a diferença de potencial gerada no subsolo pela passagem da corrente entre A e B (Figura 1). As medidas de diferença de potencial (dP) e de intensidade de corrente (I) são efetuadas com um instrumento de precisão dotado de anulador automático dos potenciais espontâneos existentes no terreno (resistivímetro ABM AL-48).

Geoel2

Dessas medidas são extraídas as resistividades aparentes (R) do terreno segundo a fórmula: R = K * dV / I,  onde K indica a constante geométrica do arranjo eletrôdico.

Para estender as medidas de resistividade às camadas mais profundas aumenta-se a distância entre os elétrodos A-B e M-N, de tal modo que as linhas de corrente atravessem porções sempre mais profundas do subsolo.

Colocados os valores de resistividade aparente num diagrama bi-logarítmico são construídas as curvas de resistividade aparente: os valores de AB/2 (sobre as abscissas) são expressos em metros, enquanto aqueles de resistividade (sobre as ordenadas) em Ohm*m. A partir dessas curvas é possível calcular os valores de resistividade e espessura reais das camadas que formam o subsolo.

 

Elaboração dos dados geoelétricos

Na interpretação quantitativa das curvas SEV é elaborado um modelo do terreno em termos de “espessura” e “resistividade” das diferentes camadas individualizadas em profundidade.

Esse procedimento é realizado com o auxílio de um programa de cálculo que aplica um oportuno modelo matemático: o programa, fornecendo imediatamente a curva de resistividade calculada (com base num modelo escolhido) em sobreposição àquela medida em campo permite avaliar a correspondência entre as duas curvas.

Exemplo SEV-2, Formato A4.srf

Através da utilização das funções Dar Zarrouk, sobre a equivalência das soluções interpretativas, é elaborado um modelo físico do subsolo para cada SEV. As curvas interpretadas e aquelas medidas são colocadas em um único gráfico, no qual é possível verificar visivelmente a sua correspondência. Nesse diagrama é indicado um modelo do terreno, seja em forma gráfica como analítica/numérica.

A interpretação das SEV pode ser feita só na hipótese (simplificada) que as camadas do subsolo, por baixo do setor central do tendido elétrico, sejam homogêneas, horizontais, continuas na lateral e com superfícies de separação planas e paralelas.

Dificilmente as condições naturais correspondem às teóricas, por esse motivo tem-se uma possibilidade de um erro na determinação dos valores de resistividade e da espessura das camadas de aproximadamente 20-25 %: essa tolerância é própria do método de prospecção elétrica, e é ligada, sobretudo, aos limites impostos pelo princípio de equivalência acima indicado.

Resistividade Térmica laboratório

Para realizar as leituras, foi utilizado o seguinte equipamento:

  • Um Resistivímetro ABM AL-48D de produção italiana (Foto 3);
  • Uma sonda MAE CTS-120, equipada com um sensor de temperatura Hukseflux (empresa especializada na construção de sensores térmicos – Foto 4).

   

Fotos 3 e 4 – Resistivímetro ABM AL-48 e Sonda Térmica MAE no laboratório da EEG

A medida de Resistividade Térmica indica a “propensão natural do terreno em dissipar a energia térmica potencialmente gerada por cabos elétricos de AT enterrados a pequena profundidade no subsolo”.

Os dados foram elaborados através de software dedicado.

Os valores de Resistividade Térmica são indicados graficamente e numericamente em m*K/W, onde:

  • m: Metro (unidade de distância);
  • K: Grado Kelvin (unidade de temperatura);
  • W: Watt (unidade de potência).

3.1.3 Aquisição e elaboração dos dados térmicos

As atividades foram desenvolvidas no laboratório da EEG, localizado em Itupeva-SP.

Foto 5 – Panorâmica do laboratório
Foto 6 – Balanças
Foto 7 – Molde
Foto 8 – Soquete
Foto 9 – Esteira
Foto 10 – Pino de aço para pré-furo

 

Para cada amostra (6 por ponto), foi aplicado o procedimento com as seguintes etapas:

  1. Secagem no forno.
  2. Pesagem de uma quantidade apropriada (visando encher o molde CBR).
  3. Mix com a quantidade escolhida de água (para amostra P08: 0%, 2,5%, 5%, 7,5%, 10% e 15%. Para todas as outras amostras: 0%, 1,5%, 3%, 5%, 7,5% e 10%).
  4. Repouso de 12h para permitir a homogeneização da umidade.
  5. Compactação num molde CBR (6” x 17,8cm), colocando uma primeira camada com 1/5 do material e compactando com 12 batidas bem distribuídas de um soquete padrão de 4,536 Kg.
  6. Repetição até encher o molde com 5 camadas, cada uma compactada com 12 batidas.
  7. Pesagem do molde cheio.
  8. Execução do pré-furo.
  9. Inserção da sonda térmica no furo.
  10. Compactação leve ao redor da sonda para garantir o melhor contato.
  11. Estabilização térmica da sonda (10 minutos).
  12. Gravação da curva térmica sem inserção da energia (6-7 minutos ou até o necessário conforme monitoramento – Foto 20).
  13. Gravação da curva térmica com inserção da energia (6-7 minutos – foto 21).
  14. Repetição das etapas 10 a 13 com rotação da sonda de uns 180 graus para controle.

 

Observações:

 

As percentagens de umidade foram distribuídas entre o valor de 0% e o valor mais perto da saturação da amostra (10 e 15%), sendo impossível a compactação num molde de um solo saturado. Além disso, esta é a forma mais correta de amostrar uma curva de Dry-Out.

 

Um registro de calibração da sonda térmica utilizada com uso de Glicerol realizado na sede operacional da EEG em Itupeva (SP) anteriormente às leituras das amostras: esses testes obtiveram o valor de RT de 3.5 m*K/W (0,29 W/m*K de Condutividade Térmica), próximo ao esperado para esse produto químico.

 

3.1.4 Documentação fotográfica dos ensaios de Resistividade Térmicaa

Forno de secagem
Forno de secagem

 

Preparo da amostra
Preparo da amostra
Preparo da amostra
Preparo da amostra

 

Compactação
Pesagem
Sonda na amostra
Medida sem energia
Curva de aquecimento

Medidas de IP (Polarização Induzida)

Medidas de IP (Polarização Induzida)

O método da polarização induzida (IP – Induced Polarization) foi originalmente desenvolvido para procura de elementos metálicos em contexto de pesquisa mineraria.

A polarização induzida é um fenômeno físico gerado pela passagem de corrente elétrica no terreno, e é observada após a interrupção da própria passagem de corrente. O método analisa a curva de caída de potencial após a interrupção da corrente, e mede a “cargabilidade” resídua do terreno eletrificado.

A presença, no terreno, de concentrações anômalas de determinados minérios pode influenciar, de forma considerável, a sua cargabilidade e gerar anomalias no decaimento elétrico.

A aplicação conjunta de eletro-resistividade e IP permite discriminar, com maior precisão, a natureza das anomalias geoelétricas individualizadas. As medidas de IP são efetuadas conjuntamente às medidas de campo elétrico, com um aumento do tempo de aquisição dos dados de mediamente 100 %.

Os perfis IP vão integrar a análise geoelétrica com dados diretamente ligados às propriedades físicas dos minérios pesquisados, proporcionando assim preciosas informações adicionais sobre a “cargabilidade elétrica” do subsolo: as medidas são efetuadas utilizando um tempo de registro de 3 segundos após a interrupção da corrente, subdividido em 5 janelas conforme o detalhe da Tabela 1:

Tabela 1 – Características das aquisições IP
Janela Início (ms) Intervalo (ms)
1 160 120
2 280 220
3 500 420
4 920 820
5 1.740 1.260

Retirada do equipamento na sede operacional

Retirada do equipamento na sede operacional da EEG/ABM

O equipamento para o aluguel assistido pode ser pegue na nossa sede operacional de Itupeva (SP).

eeg-grande

Para chegar,  não é necessário passar pelo próprio povoado de Itupeva: uma vez na Rodovia SP 300 (Dom Gabriel Paulino Bueno Couto), que conecta Jundiaí com Itú,  sair ao Km 73,5 e seguir as indicações do seguinte croquis.

eeg-media

eeg-piccola

No momento da primeira retirada de qualquer tipo de equipamento é previsto, gratuitamente, um treinamento prático de 2-3 horas aproximadas de duração, apesar desta aula não ser estritamente necessária, sendo que dispomos de manuais e filmagens em formato eletrônico que ilustram, com grande detalhe, os corretos procedimentos operacionais.

Ensaios de Resistividade Térmica

Os Ensaios de Resistividade Térmica

A medida de Resistividade Térmica indica a propensão natural do terreno em dissipar a energia térmica potencialmente gerada por cabos elétricos de AT enterrados a pequenas profundidade no subsolo: são realizadas “in-situ” até a profundidade de 130 cm, sendo que essa normalmente representa a profundidade à qual são enterrados os cabos.

As aquisições dos dados de Resistividade Térmica sigue o seguinte procedimento padrão:

Realização do pré-furo até a profundidade de 1,2 m, com uso de furadeira profissional ;



Colocação da sonda térmica no terreno de maneira que o sensor se encontre, aproximadamente, à profundidade desejada (entre 40 e 130 cm da superfície);


Realização das leituras durante o período de aprox. 15-20 min e sucessiva retirada do equipamento.

Os dados são elaborados através de software dedicado e os resultados são indicados graficamente e numericamente em W/(m*K), onde:
W:   Watt (unidade de potência);
m:   Metro (unidade de distância);
K:    Grado Kelvin (unidade de temperatura).

Inclinômetro

O equipamento utilizado para medir a inclinação

O equipamento é um inclinómetro Geo-SONDAINCL, da empresa Geomisure S.r.l. – Itália

 

Inclinometro 06

 

 

O sensor é constituído por um inclinómetro biaxial servo-acelerométrico com campo de medida +/- 14,5° colocado dentro de um tubo de aço sigilado e impermeável: é sustentado por um cabo de aço revestido, o qual vai acoplado a um cabo elétrico perfeitamente isolado em grau de transmitir o sinal medido às diferentes profundidades ao sismógrafo (equipamento de medida) que fica na superfície, perto da cabeça do furo, o qual visualiza e registra as inclinações com respeito à vertical na direção dos eixos X e Y.

Os valores medidos são proporcionais ao seno dos ângulos que o sensor mede respeito à vertical na direção dos eixos X e Y. Para reconstruir o andamento e quantificar as diferenças com respeito à vertical nas duas direções X e Y do revestimento do furo é preciso efetuar uma serie de medidas de inclinação a cada 50 cm, tanto durante a descida em furo como durante a ressubida: o resultado deste teste é uma tabela de valores com as distâncias entre os furos às diferentes profundidades.

inclinometro-04

Masw passivas “Roadside”

Vs_2-D_survey_

A metodologia Sísmica “Roadside MASW” é finalizada ao estudo das características do subsolo ao longo de eixos de obras e traçados, inclusive em áreas fortemente urbanizadas e sujeitas a trânsito veicular elevado.
Os propósitos desta aplicação geofísica são:

  • Detectar, por meio de levantamentos não destrutivos realizados na superfície, os principais rasgos geofísicos e geológicos do subsolo ao longo de traçados pré-determinados;
  • Diferenciar os materiais do subsolo com base na velocidade sísmica das Ondas de Cisalhamento (Ondas “S”);
  • Avaliar a espessura das camadas de cobertura (aterro superficial, solos de alteração de rocha e outros matérias de natureza variada) e definir profundidade e andamento do substrato rochoso (bedrock), onde presente, até uma profundidade de aprox. 40 m;
  • Contribuir à definição do grau de fraturamento e de alteração do substrato.
  • Restituir um perfil continuo das condições geológicas dos traçados.
Introdução

A “Roadside MASW” é uma técnica indireta de avaliação da densidade e do grau de compactação dos terrenos validamente aplicada em vários tipos de estudos geotécnicos para obter informações em formato 1D, 2D e até 3D do subsolo.

O método nasceu no final da década de 1990 e é atualmente aplicado com sucesso no mundo todo: quando corretamente aplicado, permite uma ótima descrição das características do subsolo e das suas geometrias utilizando fontes de energização de potência limitada.

A técnica contempla a utilização conjunta de duas metodologias, em grau de proporcionar todas as informações desejadas:

  • Sísmica “MASW ATIVA”, efetuada com uso de uma fonte de energização representada por impacto de uma marreta ou pela queda de um peso (Figura 1);
  • Sísmica “MASW PASSIVA”, onde a energia, em áreas urbanizadas, é proporcionada pelo próprio trânsito veicular das estadas e avenidas (Figura 2).

Masw Attive Passive

A Prova “MASW ATIVA”

Através da medida de ondas sísmicas geradas em superfície é possível calcular a variação com a profundidade da velocidade das Ondas de Cisalhamento (Ondas “S”). Esse valor é fundamental para chegar a calcular os parâmetros elásticos dos terrenos.

A “Vs” é um parâmetro diretamente relacionado com a compactação dos terrenos (stiffness), portanto é validamente utilizada também para estimar a capacidade de carga dos terrenos.

Com a MASW “Ativa” e com uso de 24 geofones equi-espaçados é possível alcançar uma profundidade de investigação em torno de 15-20 m: integrando essas medidas com a sísmica “Passiva” (descrita a continuação) é possível aprofundar a pesquisa até 40-50 m de profundidade.

 

A Prova “MASW PASSIVA”

O método “Passivo”, elaborado por Park e Miller em 2006, usa o mesmo dispositivo multicanal da MASW “Ativa”: 24 geofones equi-espaçados colocados em linha reta acima das calçadas ou no próprio pavimento viário, e usa como fonte de ondas superficiais o próprio trânsito veicular.

A aquisição dos dados é de tipo continuo (modalidade “roll-on”) para cobrir todo traçado de uma determinada obra: na prática, para evitar problemas de trânsito e para preservar os delicados cabos multipolares, a aquisição suspende-se em correspondência dos principais e mais movimentados cruzamentos de avenidas com ruas transversais, para ser retomada logo depois.

Providências a proteção do equipamento (cabo multipolar e geofones de medida) devem ser tomadas para não interromper as aquisições ao cruzar ruas menores e de pequeno trânsito.

 

A unidade de aquisição dos dados

Para registrar os impulsos sísmicos é utilizado o sismógrafo ABM BR-24, um equipamento eletrônico multicanal (24 canais em aquisição simultânea – Foto 1) com baixíssimo ruído interno, alta velocidade de amostragem e suporte magnético para o registro dos dados descrito na página “Os nossos equipamentos”.

A aquisição dos dados ocorre depois de adequadas verificações do correto funcionamento do equipamento e do circuito de “time-break” (“Tempo T0”). Os dados são gravados depois de oportuna amplificação, filtragem e conversão analógico/digital.

Sismografo2

Foto 1 – Sismógrafo ABM BR-24

Maretiale sismica

Foto 2 – Cabos multipolares e geofones

Roadside geofono

Foto 3 – Geofone montado sobre chapa de aço

Roadside martelloFoto 4 – Energizador mecânico a elásticos
Dispositivo de recepção

Para registrar as vibrações do terreno são utilizados 24 geofones de tipo eletromagnético a bobina móvel de baixa frequência (4,5 Hz), os quais permitem converter em sinais elétricos os deslocamentos verificados no terreno (Foto 2).

Para permitir uma rápida movimentação dos sensores e, ao mesmo tempo, o melhor contato com o pavimento viário, os geofones são montados sobre chapas de ferro de 4,5 cm de espessura, a essas solidários, preparadas com um furo central para colocar os geofones verticalmente (Foto 3).

Estes receptores se conectam ao sismógrafo através de cabos multipolares de elevada isolação elétrica, fabricados com uma distância entre os contatos adequada à profundidade.

 

Dispositivo de energização

Para realizar os perfis sísmicos “Roadside MASW” é preciso dispor de uma fonte de energização de impulsos elásticos (ondas sísmicas) para as aquisições “Ativas”.

Em áreas urbanas pode ser utilizado um energizador mecânico de alta potência e eficiência, impulsado a elástico (Foto 4). O impulso do “disparo” é transmitido imediatamente ao sismógrafo, para permitir um registro sincronizado do “Tempo T0”.

O próprio trânsito veicular da cidade é logo utilizado para efetuar as aquisições “Passivas”: por este motivo o levantamento é realizado em período diurno.

Em áreas de grande trânsito a qualidade dos dados é geralmente superior devido à passagem de carros, caminhões, ônibus, etc., os quais constituem a fonte primaria da energização para essa técnica.

 

Procedimento operacional

Cada linha sísmica é realizada com um número variável de perfis 1D sucessivos e alinhados, realizados em sequência, conforme o esquema da Figura 3.

aquisizione del dato masw

Os dados de campo são medidos através da geração de um trem de ondas superficiais a banda larga (ground roll) e do seu registro por meio de um sistema multicanal (24 canais).

A geometria base do tendido sísmico é deslocada, para cada energização, ao longo do eixo da obra a um “passo” constante de 5 ou 10 m. Os geofones são puxados por uma camionete mantendo a posição relativa entre eles (Fotos 5 até 8).

Roadside1
Roadside2
Roadside3

Fotos 5, 6 e 7 – Preparação de uma linha “Roadside MASW”

 

Roadside4

Foto 8 – Arranjo clássico de aquisição dos dados sísmicos

 

A cada “x” metros a camionete para, para permitir o registro dos dados. O sistema fica parado por aprox. 3 minutos (tempo necessários para realizar ambas as medidas “Ativa” e “Passiva” – Fotos 9, 10 e 11) e logo é movido por mais 5-10 m na direção de avance da linha para realizar a medida sucessiva.

Roadside5
Roadside6
Roadside7

Fotos 9, 10 e 11 – Medidas “Ativas” com energizador mecânico

 

Os cruzamentos pequenos são atravessados sem parar o trânsito das ruas laterais. Os carros podem passar acima do cabo, reduzindo a velocidade, entre um par de geofones, quando o sistema ficar parado, graças à adoção de um sistema de proteção dos cabos (Fotos 12 até 16).

Roadside8
Roadside9
Roadside10

Roadside11
Roadside12

Fotos 12 até 16 – Providências tomadas a proteção do equipamento em pontos críticos de cruzamento de carros

 

Com esse procedimento é possível registrar um perfil 1D a cada 10 m, a qual coisa representa um elevado número de pontos investigado, uma elevada precisão nas medidas e uma elevada qualidade da interpretação.

A partir desses dados e por meio de um apropriado método de interpolação são elaboradas as seções 2D de velocidade das Ondas “S” (superfície/profundidade), atribuindo, por convenção, a informação de cada perfil 1D ao ponto central de cada tendido de 24 canais.

Dessa forma, é possível efetuar uma análise combinada “ativa/passiva” das ondas sísmicas, com o proposito de obter, simultaneamente, informações superficiais (0-15 m) e mais profundas (15-40 m) da distribuição da “Vs” no subsolo (Figura 4).

Quando as duas imagens “Ativa” e “Passiva” são combinadas (procedimento de “stacking” vertical), as duas curvas geram uma única imagem que abrange o leque completo de frequências (tipicamente 6-50 Hz), assim como mostrado na Figura 4. As Figuras 5 e 6 mostram exemplos de sismogramas brutos comparados.

Masw Attive Passive2

Masw attiva ondeAquisição Ativa
Masw passiva ondeAquisição Passiva

Figuras 5 e 6 –  Exemplos de sismogramas brutos comparados

 

O software de tratamento dos dados

O software de processamento dos dados (Surfseis) foi desenvolvido pelo Kansas Geological Survey (KGS) nos EU para o processamento simultâneo de sísmica “ativa” e “passiva”. O procedimento esquemático de tratamento dos dados mostra-se na Figura 7.

Roadside schema procedimento

Preparação e tratamento preliminar dos dados brutos

  • Elaboração da curva de dispersão (gráfico da velocidade de fase com relação à frequência) a partir dos dados brutos (uma curva para cada aquisição de 24 canais);
  • Inversão numérica da curva de dispersão realizada iterativamente para obter o perfil vertical das “Vs” (perfil 1-D), o qual descreve a variação de “Vs” com a profundidade (um perfil 1D para cada aquisição de 24 canais).

Montagem dos sismogramas simples em sismogramas múltiplos

  • Correlação entre perfis 1D sucessivos até elaborar uma seção continua de velocidade sísmica;
  • Interpretação do modelo das velocidades baseado nos dados geológicos existentes, principalmente os logs das perfurações realizadas ao longo do traçado.

Masw procedimento 2D

A Figura 8 ilustra também o procedimento de aquisição e processamento dos dados brutos, enquanto a Figura 9 mostra o procedimento de correlação entre perfis 1D para chegar a uma seção 2D interpolada das “Vs”.

Por fim, a Figura 10 mostra como é possível combinar entre si as duas curvas de dispersão obtidas com os dois métodos.

Roadside curve dispersione

Resultados

Os resultados das seções sísmicas “Roadside MASW” se apresentam da seguinte forma:

Perquisa geofisica

  • A figura em alto mostra o sismograma obtido depois do tratamento (Modelo das velocidades);
  • A figura intermediaria mostra a distribuição do Módulo de Cisalhamento (“G”) ao longo da mesma seção;
  • A figura abaixo apresenta o modelo geológico interpretativo 2D do terreno, calibrado em base aos resultados das perfurações realizadas.

 

Conclusões

A técnica sísmica “Roadside MASW” pode ser aplicada com uma elevada percentual de sucesso dentro de áreas fortemente urbanizadas.

Baseando-se no estudo de propagação das ondas elásticas no terreno, permite estudar a estratigrafia do subsolo com uma elevada definição, sendo que:

  • Não é influenciada por tomadas elétricas a terra, presença de cabos eletrificados e/ou outros efeitos de indução eletromagnética, que são muito frequentes em áreas urbanas e que, por exemplo, inviabilizam quase sempre as aplicações geofísicas de tipo geoelétrico;
  • Depende, para a sua aplicação do ruído ambiental veicular, o qual não falta nas metrópoles.

Trata-se, portanto, de uma excelente ferramenta que permite identificar a presença do substrato rochoso e de heterogeneidades no subsolo até uma profundidade entorno de 40-50 m.

As velocidades sísmicas das Ondas “S” (em m/s) das diferentes camadas estão indicadas, nas seções, por classes de velocidade.

Para uma correta e precisa determinação das velocidades sísmicas é necessário dispor de um espectro completo de frequências do sismograma:

  •  As altas frequências são estudadas por meio da MASW “Ativa” (com energização manual), enquanto
  •  As baixas frequências, relacionadas principalmente ao trânsito veicular, são utilizadas para estudar as porções mais profundas dos terrenos.

Um eventual N/A (nível d’água) não representa impedimento nenhum nessa tipologia de estudo enquanto as ondas de cisalhamento não são influenciadas ou modificadas pela presença de água. Isso represente uma ulterior vantagem na aplicação dessa metodologia geofísica: o mesmo material apresenta a mesma velocidade em presença e/ou em ausência de água.

O grau de precisão e confiança na interpretação das seções depende da disponibilidade de dados geológicos do subsolo (perfurações rotativas), que permitam a calibração dos modelos de velocidade e a correta atribuição das velocidades dos sismogramas.

A correspondência entre os resultados geofísicos e a geologia local deve ser realizada analisando as estratigrafias de sondagens realizadas ao longo dos traçados: os “logs” são de fundamental importância no processo de calibração dos modelos sísmicos interpretativos para a correta atribuição das camadas geo-litológicas identificadas nos sismogramas.

Em ausência de perfurações, a técnica pode deixar indeterminações relativamente à atribuição geológica das unidades, mesmo garantindo uma boa precisão na reconstrução geométrica dos modelos de velocidade dos terrenos.